https://www.youtube.com/watch?v=NnLBcbqr8Ys&feature=emb_logo&ab_channel=JFPRnoar

 

Transcrição do vídeo: Recentemente foi aprovado pelo Conselho Nacional de Justiça, CNJ, a instituição do dia dez de maio como dia da memória do poder judiciário.
A importância da conservação da memória, em qualquer instituição, dispensa comentário pela importância que ela tem por si só.
A Justiça Federal vem já há muito tempo dedicando-se a conservação da memória.
No Tribunal Regional federal da quarta região, inclusive na minha gestão como presidente, foi retomada a memória institucional com o M espaço de memória eletrônica.
Na justiça federal do paraná desde muito temos a sala da memória que hoje leva o nome do saudoso servidor Fabio Luiz dos Santos, onde encontra-se um grande acervo da história da Justiça Federal do Paraná, onde inclusive há registros de fatos históricos do Paraná.
Hoje, felizmente, seja de maneira tradicional, oralmente ou eletronicamente, temos condições de preservar a memória propiciando a gerações atuais e futuras, o conhecimento daquelas dificuldades, frustrações, conquistas, realizações, enfim, dos acontecimentos da época.
Hoje muitos que passam pela Justiça Federal do Paraná ou que efetuam pesquisas, não fosse pela preservação da memória, não conheceria por exemplo a dificuldade encontrada quando da reinstalação da Justiça Federal no Paraná como servidores requisitados de outras repartições, colaborações prestadas pelos expedicionários, a própria trajetória das dificuldades do dia da dia dos funcionários da Justiça Federal.
Veio em boa hora a instituição do Dia da Memória do Poder Judiciário.

 

https://www.youtube.com/watch?v=PeILnt3vpVA&feature=emb_logo&ab_channel=JFPRnoar

 

Transcrição do vídeo: Olá, meus amigos!
Eu agradeço muito esse convite tão gentil para que eu falasse sobre a memoria no caso especifico da Justiça Federal onde atuei durante muitos anos de minha vida
Inicialmente eu quero cumprimentar a iniciativa do Conselho Nacional de Justiça de criar o dia da memória do Poder Judiciário.
Excelente!
Excelente porque no Brasil nós não preservamos a memoria não só no Poder Judiciário como em qualquer lugar, não temos preocupações com museus. Crianças pouco visitam museus e com isso perdem grandes oportunidades de aumentar a sua cultura.
Todos nós perdemos com isso, quando a cultura decresce, baixa, todos nós brasileiros perdemos com isso.
A importância portanto da memória da justiça é flagrante por ser, em termos gerais importante, e mais ainda porque na Justiça são retratados todos os fatos da vida nacional.
Pela Justiça passam todas as revoluções narradas depois em ações, em ações indenizatórias, por confisco de bens, ações em que se discute a posse de alguém, ações envolvendo períodos importantes da vida politica ou até mesmo a extinção da Justiça Federal em 1937 pelo governo Getúlio Vargas , o Estado Novo, ou o regime militar, por exemplo, através de processos judiciais é possível conhecer a realidade do regime militar. 
O Superior Tribunal Militar, por exemplo, tem decisões incríveis nessa área.
Hoje, por exemplo, estamos atravessando uma pandemia, do Coronavirus. Ora, isso será retratado totalmente em inúmeras ações na Justiça dos estados e também na Justiça Federal.
Em suma, foi uma grade inciativa, importante retratar tudo isso. Essa importância não é reconhecida no Brasil mas sim no mundo inteiro.
Quanto mais culto o país, maiores serão as atenções para com a história de seu Poder Judiciário.
E, como eu viajo muito e já tive ocasião… e toda vez que viajo visito tribunais, já tive ocasião de ver salas de memória, museus judiciários fantásticos, às vezes em compartimentos grandes, às vezes num corredor como tive ocasião de ver num tribunal na Rússia, era um corredor. Não deviam ter muito espaço mas pelo menos naquele corredor protegido com uma corda, estavam fatos da memória da Rússia.
Na Índia, em um tribunal em Nova Delhi, tive ocasião de ver uma enorme sala da memória, maravilhosa. As pessoas queriam entender porque eu tava… eu estava há tanto tempo naquela sala quando outras coisas podiam ser vistas. É porque ali estava a história do domínio inglês, de Gandhi, por exemplo, através de ações judiciais.
Isso tudo é fantástico e, no caso do Paraná, que agora… da Justiça Federal do Paraná que é o que nos interessa mais diretamente, eu diria que nós temos uma sala de memoria exemplar. Não é enorme afinal somos uma Justiça de Primeira Instância, uma Seção Judiciária, mas ela é muito bem estruturada e de… vem de longa data, dos anos oitenta, quando fui diretor do foro por coincidência, mas o mérito não é meu. O mérito maior era da esposa do Juiz Federal Rubens Haddad Viana que tomou a iniciativa e também junto com a Mônica, criaram esta sala da memória.
A sala da memoria retrata vários períodos da Justiça desde a época da Proclamação da República, quando aqui chegou José Joaquim Carvalho de Mendonça, autor de grandes livros, um grande doutrinador e aqui morou por muitos anos e tem por exemplo coisas incríveis como recortes de jornal da época, informando que Carvalho de Mendonça atenderia o povo na sua casa aos sábados. Coisa incrível! Mudança de costumes.
E tem até uma ação do Carvalho de Mendonça reivindicando um reajuste salarial o que mostra que essa preocupação vem já de longa data.
Muito bem! Através dos anos nossa Justiça Federal do Paraná manteve a sala da memória, ela esta cada vez mais estruturada, o espaço é razoavelmente bom e nós devemos preservar. Mas precisamos mais! Precisamos também que as subseções judiciárias do interior preservem. Cidades já como Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, ou que… as mais antigas, as maiores, tem uma longa historia já a ser narrada. É preciso que elas tenham também o seu patrimônio histórico. E outras novas também podem criar.
Às vezes metade de uma sala já é suficiente.
Ou o próprio corredor, como naquele Tribunal da Rússia, pode ser uma iniciativa que será aprimorada por outros que vierem.
Tudo isso leva a crer que cada vez mais é importante que servidores, magistrados, tenham os olhos voltados para esse aspecto. Aquilo que pode ser corriqueiro hoje será muito valioso daqui alguns anos.
Aquilo que é rotina, que nós não valorizamos nessa data, será algo a ser estudado no futuro. Será algo que poderá nos ver, nos mostrar acertos equívocos. Por eles poderemos corrigir equívocos e poderemos preservar.
Povo que não tem memória, povo sem história, é povo sem cultura!
Já nos basta tantas mazelas da nossa educação! Já nos basta saber que hoje com a COVID muitos alunos de escolas, principalmente públicas, estão sem aulas e isto vai refletir, como já tem refletido, numa baixa de nível cultural daqueles que exercem as profissões jurídicas, principalmente a advocacia, que tem milhares de pessoas e cujo exame de ingresso evidentemente não é tão exigente como o ingresso na Magistratura, no Ministério Público e na DP.U.
Então a caída do nível cultural reflete em tudo, dificulta inclusive as boas decisões judiciais porque se a pessoa expõe bem o seu direito ela terá facilitada, melhor compreendida pelo juiz, as sua situação analisada e decidida
Portanto, meus amigos, eu louvo a iniciativa de preservação da memória! Espero que ela se alastre. Espero que ela seja cada vez mais forte!
Precisamos de voluntários nessa área. Pessoas que se dediquem a um projeto como esse e o tornem realidade, para que possamos um dia, examinar o passado com alegria, vendo aqueles que lutaram para que a nossa Justiça fosse mais efetiva, útil, reconhecida. No caso do Paraná, nós temos bons exemplos. Por aqui passaram juízes fantásticos como… Alguns são nomes de rua, como… Costa Carvalho, que hoje é uma rua Desembargador porque ele depois de Juiz Federal com a extinção passou a Justiça Federal, Estadual e acabou Desembargador. E temos os nomes históricos. Para ficar só em um, eu diria Milton Luiz Pereira que está lá na sala da memória com… perpetuando tudo aquilo que ele fez pela Justiça. E não é só ele! Outros não tão destacados fizeram muito também. É importante que outros estejam. Atas, certidões, processos, fotos, dos servidores também. Felizmente os servidores agora estão sendo lembrados e estão sendo colocados em um lugar de destaque. 
Portanto, meus amigos, mãos a obra!
Vamos preservar a historia da nossa Justiça Federal do Paraná, que é uma Justiça reconhecida por todos no Brasil.
Muito obrigado pela oportunidade!
Até logo.